Somos o centro de excelência em aprendizado e networking para Planejadores Financeiros Independentes.
Nós acreditamos que a carreira bem sucedida do Planejador Financeiro é pautada em 3 pilares: Técnico, Comportamental e Empreendedor. Com base nestes pilares, criamos a Academia de Planejamento Financeiro, que tem como objetivo transformar o propósito profissional em uma carreira rentável e sustentável.
Essa é uma pergunta muito comum para quem busca empreender na área de finanças pessoais! Existe um campo vasto de oportunidades e, com isso, muitas dúvidas podem surgir sobre como atuar e o que oferecer aos clientes.
Separamos as principais diferenças entre estas duas profissões para que você possa escolher qual delas faz mais sentido para sua trajetória.
PFP = Planejador Financeiro Pessoal
AAI = Agente Autônomo de Investimentos
Escopo do Trabalho
PFP: O Planejador Financeiro Pessoal precisa alocar a maior parte do seu tempo para discutir a vida do cliente ou família em todos os seus aspectos: histórico com dinheiro, planos para o futuro, hábitos financeiros, relações familiares, diagnóstico atual, situações pontuais etc. Com toda esta base de informações, esse profissional consegue ter uma visão neutra de todo o “quebra-cabeça” para ajudar a montar as peças em torno de um plano financeiro.
Como consequência deste plano, aí sim podem haver discussões específicas em áreas como investimentos, seguros, estruturas patrimoniais e assim por diante.
Fazendo um paralelo com a área da saúde, o Planejador pode ser comparado a um Clínico Geral que aloca a maior parte do tempo para entender a situação e o diagnóstico, para somente no final falar de algum tratamento e acompanhamento necessários.
AAI: O Agente Autônomo de Investimento, por outro lado, aloca a maior parte do seu tempo para estar bem informado sobre os melhores investimentos de sua “prateleira” e cenários macroeconômicos. Tudo isso para direcionar* ao seu cliente o que considera ideal em termos de rentabilidade, risco e liquidez.
Também fazendo um paralelo com a área de saúde, o Agente Autônomo seria o farmacêutico que sabe tudo sobre os possíveis remédios e indica o melhor àquele cliente que o procura para dar sequência no tratamento indicado pelo médico.
* O AAI sempre trabalha em conjunto com outros profissionais dentro de sua “plataforma” especializados em administração, gestão e análise de investimentos, por isso quando usamos o termo “indicar” ou “direcionar” investimentos estamos nos referindo ao trabalho em equipe destes profissionais.
Remuneração
PFP: O Planejador Financeiro Pessoal presta um serviço ao seu cliente e, por isso, é remunerado diretamente por ele. A cobrança pode variar por hora, por projeto, por período (mensalidade ou anuidade por exemplo), por reunião… Não existe um padrão e nem modelo ideal, já que a relação entre planejador e cliente pode ser determinada caso a caso.
O Planejador também pode ser remunerado pela intermediação de negócios, já que sua atuação possibilita a indicação de parceiros para determinadas soluções. Ex: O Planejador identifica a necessidade específica de um planejamento tributário e indica um advogado especialista nessa área. Pode haver um acordo comercial entre os dois para uma remuneração por indicação. O importante é que isso seja tratado com extrema transparência para o cliente.
AAI: A renda do Agente Autônomo é baseada na comissão pela intermediação dos investimentos. Dessa forma, a remuneração deste profissional depende da quantidade de clientes atendidos, dos valores investidos e das condições negociadas em termos de comissão a ser paga por transação pela corretora.
A CVM estabelece que o AAI somente pode receber através destas comissões, portanto não pode haver qualquer outro tipo de remuneração.
Por ganharem comissões, os agentes devem evitar ao máximo o conflito de interesses para indicarem os produtos mais adequados para o investidor e não aqueles que geram maior comissão sobre a venda.
Público-alvo
PFP: É mais fácil perguntar: “Quem NÃO é público-alvo para um Planejador Financeiro?”. Pelo caráter mais holístico do trabalho, não existe um perfil de cliente ideal para este profissional, afinal, todos que lidam com dinheiro deveriam ter o seu planejamento financeiro bem feito.
Normalmente, o Planejador Financeiro se especializa em algum nicho para se diferenciar e também conseguir demonstrar melhor o seu valor naquele público, conseguindo assim um maior índice de sucesso e referências de novos clientes. Exemplos de nichos: por nível de patrimônio (endividados, em construção ou alto patrimônio), por atividade (médicos, advogados, empresários etc.), por localidade, por idade, por gênero…
AAI: O Agente Autônomo foca em clientes que já tenham algum patrimônio constituído e uma reserva financeira para investimentos. Obrigatoriamente, seu público-alvo precisa ter algum dinheiro para alocar em sua grade de produtos, não sendo interessante, por exemplo, clientes sem dinheiro para investir ou que prefiram manter todo o seu patrimônio em imóveis ou na empresa da família.
Resultados esperados
PFP: O resultado do trabalho de um Planejador é um plano financeiro bem feito, que leva em conta a situação atual, os objetivos e o perfil comportamental de seu cliente.
Este plano é construído em conjunto para que haja engajamento por parte do cliente na implementação e pode conter diferentes tipos de soluções envolvendo especialistas em áreas específicas (ex: advogado, contador, agente autônomo de investimentos, corretor de seguros etc.).
O trabalho não acaba no plano em si, já que o Planejador pode ajudar seu cliente na implementação e posterior acompanhamento nas mudanças naturais de vida.
O plano financeiro é como um trilho e o Planejador ajuda seu cliente a se manter nele ou então desenhar rotas alternativas caso necessário.
AAI: O resultado do trabalho de um Agente Autônomo de Investimentos é uma sugestão de portfólio de investimentos que leva em conta os objetivos de rentabilidade, liquidez e risco do investidor.
O Agente Autônomo de Investimentos também deve manter um olhar atento sobre alterações no cenário macroeconômico, performance dos investimentos e objetivos do cliente para sugerir ajustes no portfólio quando necessário.
Prospecção
PFP: Por ser remunerado diretamente por suas horas de trabalho, o Planejador possui uma limitação natural do número de clientes que pode atender simultaneamente. Dessa forma, é ideal que o Planejador invista no relacionamento com seus atuais clientes e não tenha muitos pedidos de encerramento do trabalho de acompanhamento.
O Planejador iniciante depende sim de um trabalho de prospecção, porém à medida que sua carteira cresce, o trabalho é mais voltado a manter os clientes satisfeitos e pagando pelo seu acompanhamento do que pela busca de novos clientes.
AAI: Pela característica de vendedor de investimentos, o perfil do agente autônomo deve ser bastante comercial, sempre na busca de novos clientes e novos patrimônios disponíveis para investir através de sua “plataforma”.
Regulamentação e custos
PFP: A profissão de Planejador Financeiro Pessoal não é regulamentada e, portanto, não há regras preestabelecidas que precisam ser seguidas. Há um esforço da Associação Brasileira de Planejadores Financeiros, a PLANEJAR, para criar um padrão de excelência nesta profissão.
Mais informações em:
AAI: A profissão de Agente Autônomo de Investimentos é regulamentada pela instrução CVM 497 e, por isso, deve seguir todas as regras estabelecidas nela.
Para atuar como AAI é necessário passar no Exame de Certificação e pagar a Taxa de Fiscalização trimestralmente (para pessoa natural, o valor se encontra em R$ 634,63 por trimestre).
Mais informações em:
http://www.cvm.gov.br/menu/regulados/agentes_autonomos/sobre.html
Concorrência
PFP: Pelo desconhecimento da população sobre este profissional, muitas vezes o trabalho de um Planejador Financeiro é confundido com o trabalho de um gerente de relacionamento do banco, de um consultor de investimentos ou até de um corretor de seguros. Estas, porém, não são comparações válidas, já que o trabalho de um Planejador é muito mais amplo e abrangente (como visto no parágrafo sobre “escopo do trabalho”). Estes especialistas, inclusive, podem trabalhar em parceria com o Planejador Financeiro na busca pelas melhores soluções ao cliente, tendo as necessidades sido apontadas pelo plano financeiro traçado.
O maior obstáculo enfrentado atualmente pelo Planejador, portanto, não é a concorrência em si, mas o desconhecimento da população sobre este profissional.
AAI: Por se tratar de um profissional que trabalha na linha de frente para investimentos, nesta área sim existem múltiplas alternativas já existentes ao cliente.
O Agente Autônomo fica restrito à sua “plataforma” de produtos e concorrerá diretamente com outras “plataformas” (ex: bancos e corretoras) que ofereçam produtos diferentes ou ainda os mesmos produtos com uma taxa mais atrativa.
A digitalização dos bancos, as fintechs e os resultantes “robô advisors” também estão surgindo no sentido de aproximar o cliente diretamente aos produtos de investimento sem a necessidade de uma intervenção humana.
Conclusões
O Planejador Financeiro Pessoal atua em uma posição mais estratégica junto ao seu cliente, avaliando sua vida financeira de modo geral e também como o comportamento influencia suas escolhas e decisões, traçando um plano em conjunto para as diversas áreas que envolvem a sua vida financeira.
O agente autônomo atua de forma mais pontual nas necessidades de investimentos do cliente, buscando produtos aderentes ao seu perfil de investidor e que o ajude a alcançar seus objetivos patrimoniais mais rapidamente.
Na hora de fazer sua escolha profissional, é importante ter em mente qual é o tipo de solução que você quer oferecer aos seus futuros clientes e que se adequa melhor ao seu perfil. Somente assim você poderá tomar uma decisão consciente e direcionar seus esforços em ser o melhor naquilo que faz!
Espero ter ajudado a elucidar as principais diferenças e desejo muito sucesso no caminho que escolher.
Atua como Planejador Financeiro Independente desde 2012. Fundador do portal de conteúdo QI Financeiro e sócio da GFAI. Atuação por mais de 6 anos em Tesouraria de banco internacional e MBA em Derivativos pela BM&FBovespa. Co-fundador da Academia GFAI